Imagem: Jose A Moya / Regional Government of Murcia |
A embarcação corre o risco de ser destruída por tempestade ou suas próprias estruturas. Arqueólogos da Universidade de Valência, na Espanha, correm contra o tempo para salvá-la.
Há 2,5 mil anos, uma embarcação fenícia afundou na costa da Espanha. Arqueólogos do país recentemente renderizaram as imagens do navio em mapas de alta resolução em 3D. Essa é uma das etapas iniciais de um grande plano: salvar o navio antes de uma tempestade que pode destruí-lo por completo.
Esse processo está sendo conduzido por uma equipe de pesquisadores do Instituto de Arqueologia Náutica da Universidade de Valência, que criou mapas 3D para entender melhor quais são as condições atuais do barco afundado.
Mazar
A embarcação de 8 metros de comprimento está 1,7 metro abaixo da superfície no Mar Mediterrâneo e a 60 metros de distância da praia de La Isla de Mazarrón, na Península Ibérica.
Antes de ser Mazarrón, o local era um povoado fenício chamado Mazar. Por conta do porto, a região atraía o comércio marítimo e trocas culturais. Os navios fenícios chegavam a Mazar cheios de cerâmicas luxuosas e produtos de metal. Com o passar do tempo, o povoado se tornou um centro de comércio, onde havia a venda e compra de artefatos de lugares distantes.
O navio foi batizado de Mazarrón II, em homenagem à região onde foi descoberto há três décadas. Em entrevista à agência de notícias Reuters, o arqueólogo Carlos de Juan, líder do projeto e pesquisador da Universidade de Valência, contou que, para mapear todos os cantos e fissuras da embarcação, foram necessárias mais de 560 horas de mergulho.
Com base nos mapas, os arqueólogos estão planejando o resgate do Mazarrón II. Estima-se que os pedaços do navio tenham que ser retirados um a um, uma extração de seções usando as rachaduras e tentar reconstruí-lo quando estiver em terra.
A embarcação é frágil e está rodeada por bolsas de areia e uma estrutura de metal que a protege. O casco dela está afundando rapidamente, ameaçando destruir a estrutura protetiva.
No momento, sempre que uma tempestade chega à região, a equipe de Carlos de Juan fica ansiosa. Além disso, as construções modernas na costa afetaram a forma como o mar flui em torno dessa parte da Península Ibérica.
Esses são alguns dos motivos pelos quais os estudiosos têm pressa de recuperar o barco. A expectativa é de que o resgate ocorra até o verão de 2024.
Fonte: Revista Galileu