*AP/Ebrahim Noroozi / arquivo |
A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um relatório, nesta 2ª feira (8/5), pedindo que o Talibã suspenda as execuções públicas no Afeganistão. A Organização condena seu governo severo, desde a tomada do poder no Afeganistão - incluindo execuções públicas, chicotadas e amputações - e por ignorar os apelos internacionais para respeitar os direitos humanos e as liberdades. A entidade também criticou outras punições realizadas no país, com agressões. Estima-se que 334 pessoas, incluindo duas crianças, tenham sido apedrejadas ou chicoteadas nos últimos seis meses.
*Apesar de prometerem regime moderado no Afeganistão, o Talibã continua anunciando restrições e aumento de punições | Salam Al-Janabi /Unicef |
A maioria das punições foi relacionada com condenações por adultério e "fuga de casa". Outros castigos foram aplicados por delitos como roubo, homossexualidade, consumo de álcool, fraude e tráfico de drogas. Muitas das punições também foram praticadas contra menores de 18 anos, o que vai contra a lei internacional.
"O castigo corporal é uma violação da Convenção contra a Tortura e deve cessar. A ONU se opõe fortemente à pena de morte e encoraja o estabelecimento de uma moratória imediata sobre as execuções. Apelamos para que mais seja feito para respeitar os padrões internacionais de direitos humanos", disse Fiona Frazer, chefe de Direitos Humanos da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão.
Em resposta, o governo Talibã afirmou que as leis do Afeganistão são determinadas conforme as regras e diretrizes islâmicas, respeitada por quase toda a população. Segundo a gestão, "no caso de um conflito entre a lei internacional de direitos humanos e a lei islâmica, o governo é obrigado a seguir a lei islâmica".
Apesar de prometerem um regime mais moderado no Afeganistão, ao contrário do mandato de 1990, o Talibã continua anunciando restrições e aumento de punições, principalmente contra mulheres e meninas. No país, o grupo feminino já é proibido de estudar, trabalhar, viajar sem acompanhante e frequentar ambientes como parques e academias.
The Washington Post