Caravela-portuguesa - Uma única picada pode ser fatal

   

As Caravelas-portuguesas chegam em grande estilo e número também, com suas cores, seus tons translúcidos e vibrantes, elas são lindas! De nome científico, Physalia Physalis, estas criaturas são semelhantes às antigas embarcações portuguesas e por isso receberam esse apelido.



O contato com uma delas, mesmo depois de morta, provoca lesões na pele e complicações no sistema nervoso. A picada é bem dolorida e causa desde coceiras e vermelhidão até queimaduras graves, de terceiro grau.

Em casos mais raros, uma única picada pode ser fatal. Por isso, ao encontrar uma caravela encalhada na areia, é preciso avisar os salva-vidas.


 

Elas são de fácil identificação pela parte colorida que flutua. Muitas pessoas as confundem com águas-vivas que não possuem coloração, entretanto, também são transparentes. Há uma regra na natureza: Animais coloridos em geral, possuem algum tipo de toxina que funciona como forma de paralisar suas presas e também como um aviso aos outros: “Meu gosto é ruim, não sou comestível”. Embora alguns animais se alimentem deles mesmo assim.



Nas praias, as caravelas-portuguesas fazem dezenas de vítimas. A maioria apresenta queimaduras leves, náuseas, vômitos, câimbras e tonturas. Algumas ainda apresentam alterações respiratórias.

No Brasil, elas são trazidas pelos ventos e correntes marítimas, geralmente no verão, para as praias. Por ser um período do ano em que as praias estão cheias de turistas, o número de pessoas lesionadas é bem grande.

De tons meio azulados, róseos e até arroxeados, as caravelas-portuguesas encantam, especialmente as crianças, que, aliás, são suas principais vítimas.



O contato na região torácica com as toxinas das caravelas-portuguesas pode causar arritmia cardíaca e, bem mais grave, parada cardiorrespiratória, que pode levar à morte.

Pessoas alérgicas às suas toxinas podem apresentar choques anafiláticos. O que também pode ser fatal. Entre os casos graves, está ainda o edema agudo pulmonar.



André Carrara Morandini, diretor do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (CEBIMar USP), explica que as caravelas-portuguesas possuem células urticantes chamadas cnidas. As cnidas estão por todo o corpo das caravelas-portuguesas. Entretanto, seus tentáculos concentram um número maior, ele disse.

“As cnidas têm microagulhas ou arpões, que podem injetar toxinas e são usadas para capturar alimento ou também como defesa.

O contato com elas pode ser muito doloroso. Em situações extremas e raras, pode até causar morte.



Em caso de contato com uma caravela-portuguesa, os especialistas indicam nunca lavar a região afetada com água doce porque espalha as células urticantes e, em consequência, aumenta a área queimada e a dor. Tampouco deve-se tentar limpar com álcool ou esfregar a área atingida.



Os primeiros socorros devem ser feitos ainda na praia, lavando a região afetada com água do mar. A água salgada pode ser levada para casa a fim de continuar o tratamento, deve-se aplicá-la até a dor passar e a vermelhidão diminuir.

É indicado ainda o uso de vinagre. Ele impede que as toxinas se espalhem e também alivia a dor. Portanto, junto com o protetor solar, leve um pouco de vinagre e um antialérgico, se tiver alergias quando for à praia.



Os tentáculos devem ser retirados suavemente, orientam os especialistas. Os médicos afirmam ainda que é preciso evitar a movimentação intensa da área afetada. Bem como expor a região ao sol. Dependendo do tamanho da lesão, a dor pode durar minutos ou dias, podendo ainda deixar cicatrizes.

Se os sintomas persistirem e os primeiros socorros não surtirem efeitos rápidos, é preciso buscar assistência médica com urgência.



Existem mais de 11.000 espécies de cnidários no mundo. Entre os quais, águas-vivas, caravelas e corais.

As caravelas-portuguesas são formadas por quatro pólipos ou zoóides distintos, portanto, uma colônia. Eles são ligados entre si e não podem sobreviver independentes.

 


- Os pólipos são o pneumatóforo (a parte cheia de ar e que flutua);
- os domonoctozooides (que formam os tentáculos, que podem chegar a 20 metros. O veneno que expelem paralisa e até mata as presas capturadas que são, geralmente, pequenos peixes e crustáceos);
- os gastrozooides (que formam os “estômagos” da colônia) e
- os gonozooides (que produzem os gametas para a reprodução).

Esses organismos não nadam. Apenas flutuam, empurrados pelos ventos.