Paulo Moura / Foto: Daniel Smorigo |
Três brasileiros estrearam na primeira fase do Hang Loose Pro Contest com vitórias em Fernando de Noronha.
As ondas na terça-feira não estavam entrando próximo ao magnífico Morro Dois Irmãos como é comum, mas mais no meio da praia da paradisíaca Cacimba do Padre. Mesmo assim, rolaram bons tubos para abrir o campeonato de surfe mais tradicional da América Latina.
Na penúltima etapa da temporada 2022/2023 da WSL Latin America, quatro baterias da primeira fase foram realizadas na terça-feira.
As previsões indicam que vai dar altas ondas nos próximos dias, prometendo tubos de 6 a 10 pés na Cacimba do Padre, então a segunda fase ficou para abrir nesta quarta-feira. A primeira chamada foi marcada para às 8h00 no arquipélago pernambucano, 7h00 no fuso de Brasília e o show de surfe pode ser assistido ao vivo pelo site da WSL.
O experiente Paulo Moura, que competiu no CT até 2006 e é um dos melhores tube-riders do Brasil, abriu a 16ª edição do Hang Loose Pro Contest em Fernando de Noronha, que só começou às 10h20, após a segunda chamada do dia. O pernambucano liderou toda a bateria com os tubos que pegou no início, mas o melhor foi o que surfou no último minuto, que sacramentou a vitória sobre Madson Costa, Gustavo Henrique e o uruguaio Santiago Medeiro.
“Estou muito feliz por ter estreado bem. O Hang Loose é sempre um daqueles campeonatos mais importantes da minha carreira e estar aqui em Noronha, com meus amigos de infância, podendo pegar os tubos que tanto amo aqui na Cacimba, é muito bom.”, disse Paulo Moura.
“Apesar das adversidades do começo do campeonato, estou feliz por ter vencido a bateria, porque tem muita onda boa vindo por aí, só acima de 6-8 pés. Acho que tem dia que vai dar 10 pés, então vai ser show e quero seguir avançando para pegar esses dias clássicos”.
Mais dois pernambucanos venceram os confrontos seguintes, Bernardo Pigmeu que integrou a elite mundial do CT até 2007 e o jovem Luan Ferreyra, que usou os aéreos para ganhar a terceira bateria. Na quarta e última do dia, o paranaense Peterson Crisanto, também confirmou o favoritismo e um local de Noronha avançou para a segunda fase junto com ele, Caio Souza, filho de um dos surfistas mais famosos da ilha, Caia Souza.
Diferente de Paulo Moura e Bernardo Pigmeu, Peterson é da geração “Brazilian Storm” que vem dominando o Circuito Mundial desde 2014.
Peterson Crisanto / Foto: Daniel Smorigo |
O paranaense fez parte da elite até 2021 e não iria participar do campeonato, mas conseguiu viabilizar a viagem em cima da hora e conseguiu competir. Além disso, só chegou em Fernando de Noronha na terça-feira, vindo direto do aeroporto para a praia.
“Graças a Deus, deu tudo certo. Eu nem iria competir neste evento, tava mal de grana, mas consegui dinheiro na última hora e foi uma correria”, contou Peterson Crisanto. “Acabei chegando aqui em Noronha em cima do campeonato e vim direto do aeroporto pra praia. Só deu tempo de fazer um treininho ali, antes de competir. Estou bem cansado, passei a madrugada no aeroporto, da meia-noite até embarcar às 7h00 da manhã, cheguei aqui às 9h40, vim direto pra bateria, mas valeu a pena. Estou amarradão em estar aqui nesse paraíso, essa semana promete altas ondas e, graças a Deus, deu tudo certo”.
Segunda fase:
A expectativa é de que as ondas já estejam bem maiores nesta quarta-feira, com as previsões indicando altas ondas passando de 2 metros de altura na Cacimba do Padre. A primeira chamada para iniciar a segunda fase foi marcada para às 8h00 em Fernando de Noronha, que tem 1h00 a mais do que o fuso horário de Brasília.
A segunda fase é formada por 16 baterias com quatro competidores e já vai começar com dois ex-tops do CT, o paulista Deivid Silva e o pernambucano Paulo Moura, disputando duas vagas contra o potiguar Alan Jhones e o argentino Tomas Lopez Moreno.
Mais um participante que fez parte da elite mundial da World Surf League é Ian Gouveia, que vai estrear na 11ª bateria. Já Wiggolly Dantas perdeu seu voo da Califórnia para o Brasil e cancelou sua participação.
Além dele, o líder do ranking, Miguel Tudela, lesionou o joelho treinando no Peru e também não vai competir. O peruano poderia garantir o título sul-americano de 2022/2023 por antecipação em Fernando de Noronha, então agora Ian Gouveia consegue levar a decisão para a última etapa da temporada, que será realizada na próxima semana em Florianópolis (SC). Mas, para isso, precisa vencer o Hang Loose Pro Contest.
Esta etapa de Fernando de Noronha é a última com status máximo QS 5000 e os 5.000 pontos que estarão em jogo nos tubos da Cacimba do Padre, também são decisivos na batalha pelas vagas da WSL Latin America para o Challenger Series de 2023. O ranking regional indica oito surfistas para disputar o circuito classificatório para o CT 2024. Miguel Tudela e Ian Gouveia já estão garantidos e os outros seis vão começar a defender suas vagas na segunda fase.
Os primeiros serão Rafael Teixeira na terceira bateria e Ryan Kainalo na quarta. Na sexta, estreia Weslley Dantas, vice-campeão do último Hang Loose Pro Contest em 2020, pois o evento não aconteceu em 2021 e 2022 por causa da pandemia. Depois, tem Heitor Mueller defendendo sua vaga no G-8 na oitava bateria, o argentino Nacho Gundesen na 12ª e o chileno Guillermo Satt na 16ª e última desta segunda fase.
Resultados da primeira fase na Cacimba do Padre
– 3.o=65.o lugar (275 pts) e 4.o=69.o lugar (258 pts):
1.a: 1-Paulo Moura (BRA), 2-Madson Costa (BRA), 3-Santiago Medeiro (URU), 4-Gustavo Henrique (BRA)
2.a: 1-Bernardo Pigmeu (BRA), 2-Francisco Junior (BRA), 3-Luan Carvalho (BRA), 4-Pedro Amorim (BRA)
3.a: 1-Luan Ferreyra (BRA), 2-Vinicius Parra (BRA), 3-Ayrton Mikael (BRA), 4-Halley Batista (BRA)
4.a: 1-Peterson Crisanto (BRA), 2-Caio Souza (BRA), 3-Bruno Bussolo (BRA), 4-Brainer Silva (BRA)
Próximas baterias:
Segunda fase:
– 3.o=33.o lugar (US$ 300 e 450 pts) e 4.o=49.o lugar (US$ 200 e 400 pts):
1.a: Deivid Silva (BRA), Alan Jhones (BRA), Tomas Lopez Moreno (ARG), Paulo Moura (BRA)
2.a: Igor Moraes (BRA), Francisco Bellorin (VEN), Israel Junior (BRA), Samuel Joquinha (BRA)
3.a: Rafael Teixeira (BRA), Gabriel Arturo Vargas (PER), Uriel Sposaro (BRA), Bernardo Pigmeu (BRA)
4.a: Ryan Kainalo (BRA), Douglas Silva (BRA), Mateus Sena (BRA), Adailton Santos (BRA)
5.a: Santiago Muniz (ARG), Franco Radziunas (ARG), Diego Aguiar (BRA), Luan Ferreyra (BRA)
6.a: Weslley Dantas (BRA), Valentin Neves (BRA), Marco Giorgi (URU), Cauet Frazão (BRA)
7.a: Eduardo Motta (BRA), Caio Costa (BRA), Cauã Costa (BRA), Peterson Crisanto (BRA)
8.a Heitor Mueller (BRA), Gabriel Klaussner (BRA), Takeshi Oyama (BRA), José Binz (BRA)
9.a: Lucas Silveira (BRA), Manuel Selman (CHL), Alonso Correa (PER), Madson Costa (BRA)
10: Vitor Ferreira (BRA), Gabriel André (BRA), Kaue Germano (BRA), Kayan Medeiros (BRA)
11: Ian Gouveia (BRA), Eric Bahia (BRA), Sebastian Olarte (URU), Francisco Junior (BRA)
12: Nacho Gundesen (ARG), Leandro Usuna (ARG), Guilherme Carvalho (BRA), Patrick Tamberg (BRA)
13: Matheus Navarro (BRA), Leo Casal (BRA), Pedro Neves (BRA), Vinicius Parra (BRA)
14: Samuel Igo (BRA), Krystian Kymerson (BRA), Cauã Gonçalves (BRA), José Francisco (BRA)
15: Luel Felipe (BRA), Rodrigo Saldanha (BRA), Philippe Neves (BRA), Caio Souza (BRA)
16: Guillermo Satt (CHL), Lucas Vicente (BRA), Luan Hanada (BRA), Ivo Gothardo (BRA)
Fonte: HARD CORE