Com escassez de mão de obra e 'força maior' em alguns portos, 21,9 milhões de toneladas de cargas programadas podem sofrer atrasos para descarga,
A devastadora crise de Covid-19 na Índia afeta as operações em alguns dos maiores portos do país, o que aumenta a preocupação sobre atrasos dos embarques e o impacto nas cadeias de suprimentos globais.
O porto de Karaikal, que afirma ser o maior terminal não estatal da Índia, movimenta carvão, açúcar, petróleo, entre outras commodities.
O Porto de Gopalpur, em Odisha, também declarou força maior, segundo a IHS Markit.
A situação pode trazer de volta os problemas que abalaram o comércio global no ano passado, quando restrições relacionadas ao coronavírus desaceleraram os embarques para a China.
Embora a Índia responda por apenas uma fração do comércio da China no mercado global, qualquer atraso no desembarque dos navios e liberação para o próximo destino pode criar gargalos nas cadeias de suprimentos.
A Índia tem 21,9 milhões de toneladas de cargas programadas para chegar este mês, mas, com escassez de mão de obra e força maior em alguns portos, muitos dos navios podem sofrer atrasos para descarga, segundo o diretor associado da IHS Markit, Pranay Shukla.
Isso pode repercutir nos carregamentos programados de países exportadores.
A movimentação de cargas no Porto de Visakhapatnam, um dos principais terminais marítimos da Índia, também foi parcialmente afetada depois que a organização de tradings locais anunciou força maior na área do porto até 19 de maio, de acordo com G. Veeramohan, presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Vizagapatam.
A refinaria estatal Hindustan Petroleum, que utiliza o Porto de Visakhapatnam para importar petróleo, não foi afetada, pois usa um ancoradouro offshore para descarregar petroleiros, disse o presidente do conselho, Mukesh Kumar Surana.
Grandes regiões da Índia estão sob lockdowns decretados pelos governos provinciais, que enfrentam aumento dos casos de Covid-19 em meio à escassez de vacinas e infraestrutura médica, como leitos hospitalares e oxigênio.
As ordens para ficar em casa restringem a movimentação de pessoas e matérias-primas aos portos do país, embora o governo do primeiro-ministro Narendra Modi se oponha a um lockdown nacional.
Uma cláusula de força maior normalmente isenta a empresa de cumprir compromissos contratuais por motivos fora do controle.
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